Respeito ao trabalho das mulheres no esporte e no jornalismo é tema de painel no TRE-RS
Jornalistas Alice Bastos Neves e Laura Gross falaram sobre desafios enfrentados por jornalistas esportivas no exercício profissional
O Programa de Participação Institucional Feminina na Justiça Eleitoral Gaúcha promoveu mais um debate a respeito do protagonismo feminino na sociedade. Na tarde desta segunda-feira (17), o plenário do TRE-RS recebeu o painel “Bola ao Centro: bate-papo com as jornalistas esportivas Alice Bastos Neves (RBSTV) e Laura Gross (Rádio Guaíba)”. As convidadas falaram sobre suas trajetórias na cobertura jornalística esportiva e comentaram os principais desafios enfrentados por mulheres diante de casos de violência e discriminação de gênero no exercício da profissão.
A presidente do TRE-RS, desembargadora Marilene Bonzanini, fez a abertura do evento. Ela saudou a presença das palestrantes e apresentou um breve histórico das conquistas de direitos das mulheres na área do esporte ao longo dos anos. Em seguida, a coordenadora de Acompanhamento e Orientação de Gestão do Tribunal, Daniela Foltz, deu início à conversa. A servidora reiterou que o programa institucional de incentivo à participação feminina é baseado Resolução N. 255 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), na busca por assegurar maior equidade na ocupação de cargos no Judiciário. Foltz também afirmou que “o bate-papo foi promovido com o intuito de incentivar todos, independentemente do gênero, a participarem das discussões promovidas pela comissão”.
Na sequência, Alice Bastos Neves e Laura Gross contaram como foi o início de suas carreiras no jornalismo esportivo. As painelistas relataram algumas das principais dificuldades enfrentadas pelas profissionais da área. A descrença na capacidade das mulheres de cobrir assuntos referentes ao esporte e a grande incidência de casos de assédio contra jornalistas durante a cobertura de partidas de futebol foram assuntos trazidos pelas palestrantes. “O que somos hoje é um reflexo do nosso comportamento como sociedade”, disse Gross ao comentar uma agressão sofrida por ela recentemente, enquanto cobria jogo em um estádio da Capital. A repórter chamou a atenção para a importância de serem feitas discussões sobre casos de assédio e violência de gênero.
Gross e Neves também falaram sobre a campanha #DeixaElaTrabalhar, iniciativa que reuniu denúncias de mais de 50 jornalistas brasileiras, relatando situações de assédio vivenciadas no exercício profissional. “Aos poucos, vamos credibilizando uma a outra e nos unindo para ocuparmos mais espaços”, afirmou Alice Bastos Neves, ao falar a respeito da repercussão da campanha. Para a jornalista, maior igualdade de gênero e melhores oportunidades profissionais na área esportiva são objetivos de um cenário que ainda tem muito a evoluir.
Neves comentou a determinação da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), que tornou obrigatória a formação de equipes femininas para todos os clubes participantes da Copa Libertadores da América e da Copa Sul-Americana. Sobre a Copa do Mundo feminina, a jornalista avalia que a maior visibilidade do torneio é importante para que as mulheres possam se sentir representadas.
Ao final do painel, a plateia pôde realizar perguntas e integrar o debate.
Texto: Diandra Tavares
Imagem: Isadora Garcia e Diandra Tavares
Supervisão: Jônatas da Costa
Coordenação: Cleber Moreira
ASCOM/TRE-RS